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Arquitetos: Greyspace Architecture Design Studio
- Área: 1787 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Hao Chen, Rongcheng Jingda Health and Wellness Co., Ltd.
Histórico do projeto. A vila de Fanjia está localizada na área de gestão de Shidao da cidade de Weihai, província de Shandong, China, onde a bela paisagem do lago interno da baía de Shidao está ao leste. Nos últimos anos, Shidao foi guiada pela política de "cem milhas de costa, uma cordilheira cênica"; "mais bela vila de pescadores", área de exibição de folclore; "dez milhas de cidade antiga", área de turismo cultural; "residência de montanha e mar", área de experiência; "agricultura de qualidade", área de lazer e turismo. Com a construção de toda a área cênica e infraestrutura ao longo da costa, a tradicional vila foi gradualmente demolida e o seu tecido gradualmente destruído até que, em maio de 2020, praticamente desapareceu, sendo substituído por fileiras de prédios residenciais fechados. As casas dentro da vila de Fanjia também foram abandonadas, algumas delas decadentes e aguardando novas funções.
Problemas e desafios. Manter a nostalgia e permitir que as memórias históricas coexistam com a vida moderna é o ponto de partida deste projeto, por um lado. Por outro, o layout da casa existente é funcional, em estilo de pátio, e o local carece de reconhecimento, conservação do terreno e hierarquia do espaço no pátio. Como adaptar o espaço para atender às funções operacionais do hotel, preservando a estrutura da vila, o espaço do pátio e o padrão das casas originais e, ao mesmo tempo, ampliar a abertura do espaço público e a continuidade do espaço geral, protegendo a privacidade do hotel, é um grande desafio para este projeto.
Materiais e construção: continuidade e regeneração. As antigas habitações são as mais representativas da região de Jiaodong e são o resultado de influências ambientais e climáticas de longo prazo. A zona costeira é chuvosa e úmida no verão e com neve e frio no inverno, então, a principal consideração para as moradias era mantê-las aquecidas no inverno e protegê-las da chuva e do sol no verão. As coberturas existentes foram restauradas, as novas estruturas inseridas e os materiais de construção com características regionais totalmente aproveitados e integrados foram o foco da construção deste projeto. A estratégia geral retorna à essência da construção, focando na relação lógica entre o processo de construção e a forma acabada. A antiga casa com o seu telhado inclinado foi restaurada para refletir o caráter regional; o novo volume com seu telhado plano destaca o caráter de volume puro de alvenaria. Os volumes antigos e novos são fundidos através dos mesmos materiais de construção e relações proporcionais semelhantes.
Cobertura vegetal. As ervas marinhas usadas para construção são algas selvagens, como algas de folhas grandes que crescem em mares rasos de 5 a 10 metros. São muito maleáveis e, devido ao seu alto teor de salmoura e goma, são resistentes a insetos, mofo e queima. "Uma casa de ervas marinhas requer mais de 70 processos, todos feitos à mão." Mestres locais familiarizados com o artesanato são trazidos para orientar a construção da cobertura que segue cinco etapas: preparação, construção dos beirais, cobertura da encosta, vedação do telhado, aspersão de água e nivelamento do solo, refletindo as características regionais em sua forma original.
Paredes de alvenaria. As paredes dos volumes preservados mantêm a aparência original, seja na forma de paredes de tijolo na parte superior e paredes de pedra na parte inferior, ou paredes de pedra completas de cima para baixo. As partes mais novas do volume têm paredes de alvenaria de pedra adicionais para manter a integridade do pátio. Os elementos externos são parcialmente feitos de placas de aço enferrujado e painéis de aço inoxidável cinza escuro para realçar o toque artesanal com um toque industrial. As paredes de pedras vermelhas produzidas localmente e estão disponíveis em dois tipos, padrão plano e padrão aleatório. Em termos de construção, elas seguem algumas técnicas tradicionais que estão nas mãos de mestres locais, e só podem ser construídas por uma pessoa cerca de um a dois metros quadrados por dia. Este é um processo demorado e trabalhoso, mas é uma forma de transmitir as técnicas tradicionais de construção.
Reboco de argila. Reboco de argila é usado nas paredes do volume antigo e novo, projetada com uma proporção de 2: 1 de cinza para terra e usando uma tecnologia de processo especial para restaurar a textura arquitetônica das paredes de barro antigas, criando um brilho e qualidade cultural únicos, com os mesmos materiais, tornando os volumes novos e antigos intimamente integrados.
Lugar e localização: Criando um novo tipo de pátio junto ao mar do Norte. O projeto pesquisou todos os 26 pátios existentes, identificando cinco deles de baixa qualidade para demolição. Os pátios foram combinados, demolidos e ampliados para mudar a forma como as unidades originais foram montadas e para atender melhor às necessidades de acomodação moderna. O volume original de 26 quartos foi consolidado em 19 após a conclusão do projeto. Os telhados dos 19 pátios restantes após a transformação foram todos continuados como telhados vegetais, formando uma vila completa de casas.
Os espaços abertos demolidos formam pátios públicos, denominados Pátio de Rega, Pátio de Chá, Jardim de Brincar, Piscina, Jardim de Saúde e Jardim de Campo. As vias principais e seis pátios formam uma rede de fácil acesso. Edificações públicas e instalações de apoio ao redor do pátio público e outros espaços abertos, como livraria, restaurante, chapelaria, banheiros públicos e sala de chá, foram criados para melhorar as funções do hotel.
A variedade de árvores que existe dentro do terreno faz parte do caráter residencial da vila e carrega a memória pública, além de ser um componente importante do espaço. Elas são preservadas no projeto para formar uma paisagem única em conjunto com o pátio em que estão localizadas aumentando a diferenciação entre os pátios. O terreno tem uma diferença de altura geral de 1,7 m na direção norte-sul. O projeto não quer refletir as práticas de engenharia, como paredes de contenção, mas se esforça para absorver a diferença de altura por meio de elementos arquitetônicos. A diferença de altura entre o pátio e a rua é resolvida por meio de um declive suave, que combina com a diferença de altura para lidar com a drenagem do local; a diferença de altura entre o pátio e a rua é resolvida por meio de um degrau à frente do portão e um esboço paisagístico, formando uma escala de proximidade, enriquecendo o espaço da rua e aumentando a diferença na experiência do pátio.
Morfologia Espacial: Tipos e Variantes. O próprio pátio tenta alcançar uma diversidade de formas de assentamento com menos modificações por meio das regras de organização, combinando suas próprias características para formar grupos de pátios em um protótipo unificado. O novo restaurante, livraria e salão de chá são construídos como espaços abertos dentro do B&B, na base das unidades do pátio original, usando uma composição semelhante ao pátio original, fechado em três lados, com o lado oeste se abrindo para o espaço de entrada. O novo ambiente utiliza um sistema de cortina de vidro, aumentando a abertura do espaço ao mesmo tempo em que dialoga com a casa antiga em termos de materiais.
O primeiro pátio era originalmente dois, incluindo a casa principal com o telhado inclinado no lado norte e nas salas laterais no lado sul. O projeto retira as salas laterais da casa e localiza a entrada deste lado, próximo ao espaço público do lado direito, mantendo a sensação de fechamento do pátio original e localizando funcionalmente a área pública nas salas do lado sul e norte com dois cômodos. O quarto pátio está localizado no lado oeste da segunda linha e foi projetado para incorporar a fachada original como um caminho paisagístico antes de entrar na casa. O fluxo do caminho é através do jardim, primeiro no espaço público no lado sul e através do pátio interno antes de chegar aos quartos no lado norte.
O sétimo pátio é o resultado da integração de dois, com o volume público e a sala de chá, à esquerda. O projeto alarga parte da rua frontal para formar uma área aberta unificada com a frente da sala de chá aumentando a hierarquia espacial, com dois quartos no lado norte e uma nova área pública no lado leste. O desenho do décimo primeiro pátio, localizado na seção intermediária, interrompe o caminho da fachada original para o pátio, rompendo o padrão de comprimento original. A entrada é feita pelo caminho de pedra cinza claro, após o qual um percurso leva até o telhado plano por meio de uma passarela, e o outro leva ao interior por meio de duas curvas e uma passarela, digerindo a relação das diferenças de altura dentro do terreno. Os caminhos e as relações continuam e aprofundam a experiência do caminhar na habitação tradicional.